domingo, 31 de julho de 2011

"Estamira aqui, Estamira lá, Estamira em todo lugar!"


ESTAMIRA, PRESENTE!

Curitiba - 28/07/11


Ontem a tarde (27 de julho de 2011)Estamira Gomes de Souza, mulher negra da classe trabalhadora, catadora de lixo no Aterro do Gramacho (Rio de Janeiro) nasceu ao contrário. Tinha 72 anos e morreu cansada, mal cuidada e principalmente: não ouvida (paradoxalmente tão escutada no mundo inteiro). A protagonista do filme que leva seu nome, dirigido por Marcos Prado e lançado em 2004 agonizou por horas no Hospital Miguel Couto, na Gávea, desassistida pelo SUS e incapaz – como a imensa maioria dos trabalhadores – de comprar sua assistência em um hospital particular.
Os trocadilos apontam que a razão de sua morte se chama 'septicemia', uma infecção generalizada. Poderiam dizer que por ter transtornos mentais, Estamira deveria ter sido assistida em um asilo, ou um hospital/hospício psiquiátrico para que de lá não saísse e morresse em paz, longe do lixo, das moscas, longe da família, longe daquele mar que lhe era tão importante. Do outro lado, os que acreditam cegamente nos governos, acreditam que a construção da rede de atenção psicossocial substitutiva à lógica manicomial está consolidada, amplificada e atuante. Não desconsideramos os avanços da instalação da rede, determinada pela lei 10216/2001. Mas, como Estamira nos alertou: existe esperteza ao contrário, não inocência.
De toda forma, Estamira passou sua vida em pé, trabalhando, replicando sua existência dentro dum lixão, desatenta aos levantes manicomiais de empresários-da-saúde-mental que discorrem trocadilos sobre técnicas arcaicas repaginadas, assistência integral, novos medicamentos, cuspindo cifras.. Alheia aos professores de Psicologia que passam o filme nas aulas e todos saem das salas com mal estar, surpresos, com pena. No ano que vem, uma nova turma assistirá sua história. Tudo bem: esta arte nos permite a distância, a contemplação, o não envolver-se e o não implicar-se.
Escutamos Estamira e observamos mais uma que sofre numa massa de trabalhadores negros, homens e mulheres que apodrecem todos os dias. Estamira é apenas mais uma entre os milhares de loucos da classe trabalhadora que já não valem mais nada ao sistema do capital e que por isto – e só por isto – são jogados no lixo para se confundirem ao inútil e ao descuido nos aterros e favelas do país.
O cinismo deste sistema traveste seu discurso delirante, denunciativo, agressivo e violento em “poesia”, “uma forma atípica de expressão”, “obra de arte”. Esta forma de arte não nos importa. Não queremos lembrar de Estamira apenas quando seu filme recebe mais um prêmio internacional. Acreditamos que não basta lamentar sua morte em cento e quarenta caracteres, num pio. Reivindicamos a vida e obra produzida ao longo dos dias de vida de Estamira. Com todos os seus direitos humanos negados, todos os serviços de saúde de má qualidade, sua péssima condição de moradia, seu trabalho precarizado, a educação negada. Seus e de todos os trabalhadores.
Não nos interessa a mera constatação de que algo vai errado. Interessa a luta pela efetividade da atenção à saúde mental no Brasil. Interessa a consolidação de equipes multidisplinares, a efetivação da Reforma Psiquiátrica, a redução de danos, a porta aberta nos equipamentos, a defesa intransigente de uma vida digna e sem desigualdade social para todos os trabalhadores. Lutando, honramos Estamira e todos os seus irmãos e companheiros desconhecidos, que nunca estrelarão um filme mas que também querem visitar o mar.

Estamira! Mulher negra, resistente, trabalhadora!
Presente!
César Fernandes, psicólogo militante da luta contra os manicômios e pela construção do socialismo.



quinta-feira, 28 de julho de 2011

A bondade que nunca repreende não é bondade: é passividade.
A paciência que nunca se esgota não é paciência: é subserviência.
A serenidade que nunca se desmancha não é serenidade: é indiferença. 
A tolerância que nunca replica não é tolerância: é imbecilidade. 


O saber a gente aprende com os mestres e os livros. 
A sabedoria se aprende é com a vida e com os humildes.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

SOS Mata Altlântica


Muito boa essa propaganda!

O amor de Deus

"Que diremos, pois, à vista desta coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós? Aquele que não poupou o seu próprio Filho, antes, por todos nós o entregou, porventura, não nos dará graciosamente com ele todas as coisas? Quem intentará acusação contra os eleitos de Deus? É Deus quem os justifica. Quem os condenará? É Cristo Jesus quem morreu, ou, antes, ressuscitou, o qual está a direita de Deus e também intercede por nós. Quem nos separará do amor de Cristo? Será tribulação, ou angústia, ou perseguição, ou fome, ou nudez, ou perigo, ou espada? Como está escrito: Por amor de ti, somos entregues à morte o dia todo, fomos considerados como ovelhas para o matadouro. Em todas estas coisas, porém, somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou. Porque eu estou bem certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as coisas do presente, nem do porvir, nem os poderes, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor." Romanos 8.31-39



Não precisa nem de comentários.
O amor de Deus por nós é tão imenso que nada pode separar-nos dele!
Apesar da nossa natureza atravessada pelo pecado, ele nos deu seu Filho, para lembrar-nos que Ele nos perdooa e nos ama acima de todas as coisas!

Uma abençoada semana!

Pássaros

Quando nós três penetramos a existência humana sob a forma do Filho de Deus, nos tornamos totalmente humanos. Também optamos por abraçar todas as limitações que isso implicava. Mesmo que tenhamos estado sempre presentes nesse universo criado, então nos tornamos carne e sangue. Seria como se este pássaro, cuja natureza é voar, optasse somente por andar e permanecer no chão. Ele não deixa de ser pássaro, mas isso altera significativamente sua experiência de vida. [...] Ainda que por natureza Jesus seja totalmente Deus, ele é totalmente humano e vive como tal. Ainda que jamais tenha perdido sua capacidade inata de voar, ele opta, momento a momento, por ficar no chão. Por isso seu nome é Emanuel, Deus conosco[...]


A Cabana - p. 89

Paternidade

- Mas então [...] por que tanta ênfase em você ser um pai?[...]
- [...] assim que a criação se degradou, nós soubemos que a verdadeira paternidade faria muito mais falta do que a maternidade. Não me entenda mal, as duas coisas são necessárias, mas é essencial uma ênfase na paternidade por causa da enormidade das consequências da ausência da função paterna"

A Cabana - p.84

Liberdade


Se você quer ir só um pouquinho mais fundo, poderíamos falar sobre a natureza da sua própria liberdade. Será que liberdade significa que você tem permissão para fazer o que quer? Ou poderíamos falar sobre tudo o que limita sua liberdade. A herança genética de sua família, seu DNA específico, seu metabolismo, as questões quânticas [...]. Existem as doenças da sua alma que o inibem e amarram, as influências sociais externas, os hábitos que criaram elos e caminhos sinápticos no seu cérebro. E há os anúncios, as propagandas e os paradigmas. Diante dessa confluência de inibidores multifacetados, o que é de fato liberdade?

A Cabana - p.85

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Conferência Municipal de Assistência Social em Jaraguá do Sul


III Jornada de Neurociências


Sejam bem vindos a III Jornada de Neurociências do CENEP – HC/UFPR.
Entre as atribuições do CENEP – Centro de Neuropediatria do Hospital de Clínicas está a propagação de informações científicas aos profissionais que atuam com crianças e adolescentes. É com este objetivo que nos reunimos para concretizar a III Jornada de Neurociências.
O evento tem como delineadores o caráter multidisciplinar e a busca por assuntos que sejam atuais e úteis à prática diária. O tema deste ano, DESENVOLVIMENTO INFANTIL - AVALIAÇÃO E INTERVENÇÃO, permite uma ampla discussão, tanto do ponto de vista clínico e pedagógico, quanto do ponto de vista da subjetividade da infância e da família.
Contamos com a presença de renomados professores, profissionais e pesquisadores que atuam na área tema e que compartilharão conosco recentes resultados de suas experiências clínicas.
Além do aspecto acadêmico, esperamos que esse encontro possa gerar um impacto positivo na qualidade do atendimento prestado às crianças e adolescentes.
Que todos tenham uma ótima jornada, rica em informações científicas e em novas redes de relacionamento profissional.
Curitiba, julho de 2011.
Comissão Organizadora

Feijoada AMA Joinville


No próximo sábado, acontecerá uma feijoada, promovida pela RBS e CEAJ (Cons. de Eng. e Arquit. de Jlle), em benefício a 3 entidades - e uma delas é a AMA.

Custa R$25,00 por pessoa e é muito saborosa. 

Comprando direto com alguém da AMA, a renda vai integralmente para a instituição. Vejam... é por uma ótima causa!!

Quem quiser pode pegar direto na AMA - telefone: 3425-5649.

sábado, 16 de julho de 2011

A Cabana

Oi gente!

Nessas férias, tirei tempo pra ler outras coisas além de assuntos da Psicologia.

Um dos livros que estava na minha lista e na minha estante há muito tempo para ser lido é "A Cabana".

Comecei a ler na segunda feira e, lendo apenas na parte da manhã, enquanto trabalhava (¬¬'), já passei da metade. A leitura é muito gostosa, intrigante e viciante! Só conseguia parar de ler pq tinha que sair do trabalho. To publicando as partes de que mais gostei lá no meu facebook (facebook.com/anaaraquel) nas notas.

Indico a leitura!

De restante, vou passar o dia de amanhã curtindo o clima gostoso em São Bento do Sul!

Beijos :*

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Metade!

METADE


Que a força do medo que tenho
Não me impeça de ver o que anseio;
Que a morte de tudo em que acredito
Não me tape os ouvidos e a boca; 
Porque metade de mim é o que eu grito,
Mas a outra metade é silêncio...

Que a música que eu ouço ao longe
Seja linda, ainda que tristeza;
Que a mulher que eu amo seja pra sempre amada 
Mesmo que distante;
Porque metade de mim é partida
Mas a outra metade é saudade...


Que as palavras que eu falo
Não sejam ouvidas como prece
E nem repetidas com fervor,
Apenas respeitadas como a única coisa que resta 
A um homem inundado de sentimentos;
Porque metade de mim é o que ouço
Mas a outra metade é o que calo...

Que essa minha vontade de ir embora
Se transforme na calma e na paz que eu mereço;
E que essa tensão que me corrói por dentro
Seja um dia recompensada;
Porque metade de mim é o que penso 
Mas a outra metade é um vulcão...

Que o medo da solidão se afaste
E que o convívio comigo mesmo
Se torne ao menos suportável;
Que o espelho reflita em meu rosto
Um doce sorriso que me lembro ter dado na infância;
Porque metade de mim é a lembrança do que fui,
A outra metade eu não sei...

Que não seja preciso mais do que uma simples alegria 
para me fazer aquietar o espírito
E que o teu silêncio me fale cada vez mais;
Porque metade de mim é abrigo
Mas a outra metade é cansaço...


Que a arte nos aponte uma resposta
Mesmo que ela não saiba
E que ninguém a tente complicar
Porque é preciso simplicidade para faze-la florescer;
Porque metade de mim é platéia
E a outra metade é canção...

E que a minha loucura seja perdoada 
Porque metade de mim é amor
E a outra metade... também.

Oswaldo Montenegro